sexta-feira, janeiro 14, 2011

Três fósforos acesos




Três fósforos acesos
um a um durante a noite.
O primeiro para ver teu rosto,
O segundo para ver teus olhos e
O último para ver tua boca.
E a escuridão inteirinha para lembrar tudo isso
Estreitando-te em meus braços.

Jacques Prévert

Para meu coração basta teu peito





Para meu coração basta teu peito
para tua liberdade bastam minhas asas.
Desde minha boca chegará até o céu
o que estava dormindo sobre tua alma.

E em ti a ilusão de cada dia.
Chegas como o sereno às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência
Eternamente em fuga como a onda.

Eu disse que cantavas no vento
como os pinheiros e como os hastes.
Como eles és alta e taciturna.
e intristeces prontamente, como uma viagem.

Acolhedora como um velho caminho.
Te povoa ecos e vozes nostálgicas.
eu despertei e as vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.

Pablo Neruda